terça-feira, 21 de outubro de 2014

COMPASSO BINÁRIO NA FLUÊNCIA FRASAL EM ESPERANTO, A PARTIR DE NASCENTES IMAGINÁRIAS MENTAIS



COMPASSO BINÁRIO NA FLUÊNCIA FRASAL EM ESPERANTO, A PARTIR DE NASCENTES IMAGINÁRIAS MENTAIS

Josenilton kaj Madragoa

Toda frase oral é o relatório de um 'sentimento sentido', de um 'pensamento pensado' ou idealizado ou de uma imagem mental que é retratada em palavras.
No uso de uma segunda língua ainda não naturalizada no consciente e no inconsciente, a frase nasce primeiro na mente, com a 'palavrização' de uma imagem pensamental, sentimental, pictórica ou representativa de ações reais. [Neste último caso, a imagem mental é construída em 5D (com altura, largura e profundidade movimentadas em um tempo e em um espaço, às vezes (se for com requinte de detalhes em tecnicolor) até com direito a pipoca.]
Quanto menor for o período de tempo entre a 'pensamentação' ou 'palavrização" mental de um pensamento (ou objeto existente somente no mundo dos pensamentos), de um sentimento ou de uma imagem mental e a sua projeção holográfica em forma de correspondente frase oral, mais fluente e rápida se torna a emissão do ato de comunicação frasal. Consequentemente, mais fluente e natural se torna também o entrelaçamento das frases que formam, por exemplo, um confronto ou ‘interfronto’ dialógico (conversação, debate, interrogatório etc) ou uma exposição monológica (palestra, aula, preleção, sermão, discurso etc).
Essa fluência interna ou intrassubjetiva, de conseguir pensar, sentir ou imaginar algo e colocá-lo na ponta da língua em forma de palavras, instantaneamente, para por fim elocutá-la em forma de palavras sonoras, só se adquire depois de uma longa prática, naturalmente.

Preliminarmente, principalmente para os mais novos no uso da segunda língua, antes de se falar uma frase, seja perguntando, respondendo, afirmando, negando, contestando, criticando, complementando etc, é necessário, ou pelo menos esperável ou aconselhável, que se construa ou rascunhe a frase primeiro na mente. Mas, antes mesmo de se construir ou rascunhar a frase na mente, é necessária uma matéria-prima, ou seja, é necessário ter o que mentalizar ou imaginar. Nenhuma frase surge do nada. Como se diz em latim, ex nuhilo nihil, ou seja, nada nasce do nada (nem imaginação abstrata psicodélica). Fluir ou fazer fluir linguisticamente quer dizer fluir ou fazer fluir uma frase a partir de uma nascente mental, até a desembocadura da boca (ainda que em certos momentos essa ação intransitiva ou transitiva se opere no automático ou num aparente, pseudo ou semiautomático). E que nascente é essa? É justamente um laivo de pensamento, um sentimento ou uma imagem qualquer nascida na mente.

Muita gente se preocupa muito em falar ou em saber quando é que vai falar na segunda língua sob aprendizado. A questão antes de tudo é aprender a ter o que dizer, a mentalizar imagens dizíveis em palavras, a ter bem delineado na mente o que falar. É ter, portanto, um mote ou motivo na mente, a partir de uma ideia em forma de imagem, de qualidade, de ação que forma uma concepção, um sentimento qualquer, um mínimo pensamento surgido de inopino e que precise ser comunicado, por ser presumivelmente de interesse do ouvinte. Tendo-se antes o que dizer, fica mais fácil dizer.


Chamamos de compasso binário na formulação e pronunciamento de uma frase, a seguinte sequência: literalmente "ver" ou "fotografar" antes, com a câmera mental, o que se vai dizer, e, logo em seguida, materializar, revelar a imagem vista, fotografada, desenhada, delineada ou imaginada, em palavras; enfim, logo em seguida, dizer.
A fluência pode ser didaticamente construída também a partir desse par imagem mental imediatamente antes - pronunciamento ou elocução da frase imediatamente depois.

Reiterando: quais são, pois, os dois passos desse compasso binário frasal?
Primeiro passo: idealizar um pensamento, um sentimento ou uma imagem verbal, onde haja um sujeito praticando uma ação sobre um objeto, ou onde haja um sujeito demonstrando um estado, uma qualidade ou mesmo praticando uma ação intransitiva ou praticando uma ação transitiva sem objeto (ou melhor, sem que o objeto seja personagem importante na ação).
Segundo passo: expor oralmente o resultado frasal da idealização.

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Também entre dois falantes entre si esse compasso binário pode ser utilizado como recurso paradidático objetivando a fluência linguística de ambos, num processo que podemos chamar de conversa a quatro ou compasso quaternário entre dois falantes. Um imagina e fala uma frase afirmativa, negativa ou interrogativa; o outro imagina a mesma cena do primeiro, ou imagina outra cena, própria, e fala uma frase confirmativa, reativa, complementativa, contestativa ou simplesmente responditiva em relação ao que foi ouvido do primeiro.
A vantagem do segundo é que, se ele entendeu bem a frase do primeiro, automaticamente ele já é instado a construir uma imagem mental a respeito, exatamente igual, ou não, à imagem mentalizada pelo primeiro. Ele pode usar a frase ouvida, que já traz uma imagem prontinha, como mote ou imagem emprestada, para elaborar a sua própria imagem, que é o primeiro passo agora do seu compasso binário. E aí então o processo dialógico bidirecional ou de mão dupla começa a engrenar, um inspirando o outro, como ocorre nos repentes. [Repente é uma modalidade de desafios rimados, em que um repentista desafiador usa a provocação rimada do oponente como parte da imagem, que já vai formando enquanto ouve, para rebater, logo em seguida, com seu respostamento também rimado, formando um bate-rebate em ritmo alegro, presto ou vivace.] A diferença básica é que no diálogo, especialmente no diálogo de compasso quaternário ora proposto, o ouvinte de uma frase pode ouvi-la toda, tranquilamente, depois silenciar um pouco, enquanto constrói a sua imagem, ainda que tomando como mote a frase anteriormente ouvida. A partir de então, com calma e maior segurança, pode oferecer a sua frase reativa, em forma de complemento, comentário, crítica, pergunta, resposta etc... Forma-se, assim, uma conversação tranquila, suave e equilibrada, em ritmo moderato, andante ou alegro non molto, com direito a intervalos, gestos, expressões faciais e intonações complementares aos sentidos. As frases, nesse concerto de sopros (de palavras), tendem a nascer com muito mais facilidade, harmonia e precisão, quase naturalmente, sem precisar muito de conserto.

Quando se pausa para imaginar, e se imagina algo de fato, a concernente frase se constrói quase por si mesma e flui para a ponta da língua com seus próprios pés e sai voando com suas próprias asas na direção dos ouvidos à sua frente. Toda a construção e exposição frasal, que inicialmente é um procedo (em Esperanto, uma sequência de atos humanos e racionalizados), torna-se, com o tempo de prática desse par (imaginação-pronunciamento), um procezo (em Esperanto, uma sequência automática ou autônoma de atos da natureza, in casu, da natureza humana, ainda que provocada, de começo, pelo homem em sua razão). É quando o intervalo necessário à construção das imagens pré-frasais vai se tornando cada vez menor, até nem ser mais necessário. É quando parece que as frases têm vida própria e que nascem do nada. Na verdade, elas nascem então de racionalizações-relâmpagos e também de impulsos dos três níveis conscienciais (consciente, subconsciente e inconsciente) e de reações reflexas da mente cerebral e da mente espiritual. Quando essa turma toda se torna bilingue, não tem pra ninguém.
Ademais, o produto de qualquer pensamento se materializa sempre em palavras, ainda que só no ambiente mental. Tem-se daí, decorrentemente, que mesmo os impulsos de pensamento, como frutos de impulsos de sentimentos, de emoções ou de outras interjeições, sempre vão eclodir em forma de palavras. E estas se materializam em princípio no idioma materno, mas podem também se materializar no segundo idioma posteriormente assimilado pela prática oral. Portanto, quanto mais se falar na segunda língua, tanto mais se aproximará do momento em que se estará pensando, também, nela, automaticamente, mesmo em expressões interjectivas.

Deflui-se do que até agora foi dito que, quem ainda não detém um vocabulário amplo e um domínio razoável dos elementos gramaticais e das regras de expressão da segunda língua, deve, logo após a imaginação do que quer falar, construir ou rascunhar mentalmente a frase, com os recursos gramaticais e lexicais de que dispõe, para só então expor a frase-retrato para a vida real, de forma oral. Para quem tem ainda pouco domínio linguístico, ou ainda não internalizou nem intuitivizou a gramática fundamental, é necessário, pois, um compasso ternário intrassubjetivo ou intramental, composto de imaginação, composição racional e calculada da concernente frase na mente e, finalmente, a elocução oral da frase. Até chegar o procezo da construção imaginária e elocução frasal automática, ele precisará intervir mais com o procedo. Precisará engenhar racionalmente a ternarização do compasso, com a elaboração da concernente frase na mente, entre a imaginação e a elocução. [A sua vantagem é que o Esperanto é uma língua riquíssima de possibilidades construcionais na elaboração de frases e também de palavras, mesmo para aqueles que ainda não tenham amplo vocabulário e domínio gramatical e expressional. Basta que se tenha uma certa malandragem para se construir perífrases lexicais ou frasais, a partir do estoque cognitivo já disponível no cocuruto. Em Esperanto toda palavra, se ela mesma não for formada a partir de elementos identificadores de sua substância, pode ser substituída por sinônimos perifrásticos. Por exemplo, se alguém está num diálogo e precisa expressar a ideia sobre uma obra de arte ou de literatura, que em Esperanto é monoliticamente representada pela palavra verko, ele pode arranjar e soltar uma palavra ou expressão multimorfêmica equivalente, do tipo arta aŭ mensa kreaĵo / produkto / produktaĵo / skribaĵo / afero / objekto / aĵo. Se ele já tiver mais jogo de cintura, poderá também se valer de perífrases frasais, substituindo a ideia imaginada por uma frase do tipo "afero, kiun oni arte aŭ mense kreas / ellaboras / skribas / faras...". A sorte também é que em Esperanto milhares de palavras são compostas ou multiradicais e já definem em si mesmas os objetos que representam. Isso para não falar da sua luxuosa e rica aglutinabilidade morfêmica à base de afixos e de terminações gramaticais.]

O COMPASSO BINÁRIO EM SALA DE AULA

Se um dos dialogadores for um didata em serviço, ele pode pré-elaborar e trabalhar com perguntas ricas de possibilidades imaginárias e ricas de situações. Entretanto, tais perguntas devem se encadear de forma gradativa, para não sobrecarregar a mente do ouvinte, com excesso de tintas ou luzes imaginativas, que podem, num primeiro momento, aturdir, confundir ou colapsar a sequência dos atos de aprendizado do aluno. O processo de apreensão cognitiva tem necessidades de justaposições sequenciadas, para dar tempo ao cérebro de encaixotá-las e organizá-las adequadamente nos vários córtices e áreas neuronais. Uma língua é um mundo. Se chegar de vez ou de forma desordenada, pode provocar desastres neurocorticais e neuropsíquicos de difícil reconstrução. Portanto, a sequência de perguntas deve partir do simples para o complexo, numa gradação didaticamente elaborada. Deve-se aproveitar essa fase inicial para, também, prestigiar com mais ênfase e até mais demoradamente, os elementos gramaticais mais corriqueiros e os sentimentos e ações humanas que são verbalizadas com mais frequência.

Numa primeira fase de questionarização didática, quanto mais clara e bem articulada for cada pergunta, ou seja, quanto mais precisamente ela reproduzir a ideia concebida na mente do perguntador-didata e ao mesmo tempo permitir a mesma reprodução na mente do respondedor-aluno, tanto mais precisa e coerente tende a ser a resposta deste.

No processo de monitoria instrutorial, inicialmente é de bom tom até ser formulada uma mesma pergunta de duas formas, ou seja, duas perguntas sobre a mesma ideia, uma após a outra, uma como que explicando a outra. Em outras palavras (ou em outra imagem sobre o mesmo conceito): imagens mentais podem ser mais bem transmitidas de uma mente para outra, por telesinapses interneurais, se forem feitos, no ato da emissão oral, dois quadros-perguntas com o mesmo conteúdo ou ideia. Eis um exemplo: 1.a.) Aonde você foi ontem antes do meio dia? (Kien vi iris hieraŭ antaŭ la tagmezo?) 1.b.) A que lugar você foi ontem pela manhã? (Al kiu loko vi iris hieraŭ matene?) O entendimento da primeira pergunta pode ser completado com a audição da segunda pergunta. São duas frases interrogativas monossemânticas, uma de uma forma, outra, de outra. Outro exemplo: alguém constrói mentalmente uma cena de si escovando os dentes com uma escova elétrica. Ao revelar e publicar essa cena, em forma de frase, no processo comunicacional oral, dentro de um diálogo, ele pode dizer duas frases-maneiras de mesmo sentido, para reforço de entendimento da parte ouvinte: 1.a) Neste dia, cedo, um odontopurificador de cerdas de movimentos automáticos purificou meus dentes. (En ĉi tiu tago, frue, memmova dentopurigilo purigis miajn dentojn). 1.b) Hoje, de manhãzinha, eu escovei meus dentes com uma escova elétrica. (Hodiaŭ frue en la mateno mi brosis miajn dentojn per elektra dentobroso). O receptor da mensagem tem mais chances de rerretratar ou reconstruir em sua mente a mesma cena e, assim, entender melhor o que foi que houve de verdade na manhã do dia do sujeito emissor.

Alternativamente, no início de um eventual curso básico, para estimular a formação de imagens mentais por parte do aluno ou novo falante antes da formulação de suas respostas binarizadas, o instrutor pode encarreirar uma bateria de perguntas adrede formuladas de modo que nelas já estejam embutidas as respostas ou elementos significativos delas. Mais claramente, as próprias perguntas encadeadas já sirvam de mote para a imaginação das cenas e consequente oralização das respostas. Eis três exemplos:

1.      P.: Kie (aŭ sur kio, aŭ en kio) vi sidas? (apontando o lugar ou o espaço com a mão) R.: Mi sidas sur seĝo (ou sur o, mostrando neste caso a cadeira); ou Mi sidas en ĉambro (ou Mi sidas en o (mostrando a sala)).
2.      P.: Kio estas hundo? (mostrando um cachorro ou uma imagem deste) Ĉu homo, (mostrando um mostruário de seres humanos), aŭ besto (mostrando um mostruário de animais)? R.: Hundo ne estas homo, sed ĝi estas besto, ou simplesmente Hundo estas besto (precisando mostrar, ou não, o mostruário dos animais).
3.      P.: Kia estas la temperaturo (ou kia estas la vetero)? (Se estiver quente, o instrutor pode fazer gesto de calor). R.: La temperaturo estas alta / La vetero estas varma. Ou, como nas primeiras respostas, podem ser aceitas respostas apenas do tipo La temperaturo estas a ou La vetero estas a, em ambas as respostas, com a mão abanando. [Mostra-se, assim, que já se domina um pouco o gramatiquês, pelo menos quanto à terminação “–a”, da qualidade.]


Quer dizer, ainda com o curso em curso, o novel falante já pode ir exercitando o compasso binário, com a técnica das respostas dentro ou parcialmente dentro das perguntas, que estimula imaginações prévias concomitantes com a escuta da pergunta, oferecendo matéria prima pré-fabricada para a construção das respostas. Já é um precursor para as experiências pós-cursos ou pós-aulas, quando se usar o compasso binário em rodas de conversação ou nos diálogos concretos lá fora, no mundo asfáltico, onde normalmente o sistema é bruto. Nos corre-corres, corrimões e corredores da vida social não se costuma ter nem dar tempo para elaborações e elucubrações mentais muito pensadas. O trânsito de fazeres e afazeres é intenso. Lá fora, o compasso binário, ou ele já se produz automaticamente, em concomitância de passos, ou ele será esmagado pelo roldão das emoções apressadas (que devem ter exterminado compressivamente aquela tribo de índios estadunidenses de poucas falas). Por isso, quanto mais se treinar e se internalizar o compasso binário em laboratórios fluenciais (solilóquios, interlóquios e rodas de bate-papo dirigidas), a frio, tanto melhor para quando se estiver nas situações reais, a quente.

Com o avanço no aprendizado, o iniciante pode se estimular ou ser estimulado a responder também de duas ou mais maneiras. É quando se parte da premissa maior de que tudo pode ser dito ou fraseado, no mínimo, de duas maneiras, com variações sintáticas, morfológicas, lexicais ou de estilo. É um excelente contributo para a fluência, porque ajuda na construção de perífrases frasais, expressionais ou lexicais. Quem domina essa arte, não fica sem ter como falar.

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No final de tudo, espera-se que o exercício do compasso binário contribua não apenas para a fluência linguística, mas, também, para a elocução de frases mais bem elaboradas e consequentemente mais espelhadoras de realidades mentais. Estas, assim, passarão elas próprias a serem mais bem imaginadas, vivificando e enriquecendo tanto a oralidade da língua Esperanto quanto o próprio mundo das ideias e da comunicação inter-humana. Decide melhor o que dizer e, consequentemente, diz melhor, quem pensa melhor, quem tem mais tempo para montar seus arrazoados mentalmente, a fazer suas imagens mentais prévias, antes de elocutar cada frase. Rascunhando-se o que dizer no laboratório da mente, dizem-se as coisas com mais precisão, perfeição e beleza. Com o tempo vai-se melhorando em tudo, inclusive nas imagens profundas do inconsciente, que também mandam matérias primas para a esfera do consciente. E este, com o processo de binarização ou de ternarização, tende a melhorar o que vem lá de dentro, do subsolo mental, do profundo. O próprio inconsciente passa a melhorar também as suas imagens, de forma automática, e passa a receber melhorias lá de cima, do consciente, de forma reflexa.
Quem ganha com tudo isso? Ganha o Esperanto, que passa a ser mais vivo (considerando que língua viva é antes de tudo língua oral ou oralizada) e que passa a ser linguisticamente mais belo e mais preciso. Ganha cada falante esperantista, que passa a engatinhar com mais coragem e controle e a caminhar a passos mais seguros, a partir de um processo de fluência mental organizada, sendo também instado a exercer ou a exercitar valores racionais, raciocinais, emocionais, imaginários e cognitivos conjuntamente, com mais apuro, leveza e refinamento. Enfim, latu senso, ganha toda a sociedade.

2 comentários:

Afonso Camboim disse...

Ótima análise dos processos da verbalização, especialmente em segunda língua e particularmente em esperanto, acompanhada de relevantes toques de didática do ensino do esperanto. Recomendo.

Unknown disse...

Bem interessante e compreensível suas colocações para fixação de um segundo idioma.
Abraços